30 de jul. de 2009

Bons ventos para a cultura local

A “Cidade dos mais Belos Jardins” conta, agora, com uma Associação Cultural. Uma agradável surpresa aos interessados em arte.
Reunindo representantes e admiradores de algumas das várias formas de arte, como Teatro, Artes plásticas, Capoeira, Cinema, Dança, Fotografia, Literatura, Música e Patrimônio Cultural etc., a associação tem o propósito, dentre muitos outros, de promover a cultura na cidade de Batatais, desenvolver projetos e ações na área artística, motivar convênios com entidades para o desenvolvimento de projetos e estimular a troca de conhecimentos.


(Ao lado, foto do diretor do GTP, Ferrnando Faro, com dois artistas locais, durante reunião da Associação.)


Encabeçada pela pesquisadora cultural Alessandra Baltazar e pelo educador e artista plástico Leandro Siena, juntamente com um grupo de amigos, a Associação Cultural saiu do papel e ganhou vida com o evento no sábado, dia 25 de julho de 2009, na Estação Cultura, a partir das 17:00, quando ocorreu o Cine-Foto-Chá, um evento que reuniu diversos artistas locais.
Assim que chegamos à Estação, as obras do “Zé do Lino”, artista plástico, e algumas peças raras do Gaspar do Prado, colecionador, roubaram a cena. Traços tão geometricamente coloridos que, a mim, traziam tanta leveza e um sabor de infância. Rodei por aquele cômodo durante um bom tempo, pois não conseguia me desligar daquelas pinturas que me faziam lembrar de algo desconhecido. A seguir, o encantamento ficou por conta das fotografias de Júlio Garbelline. Tão simples, mas tão impossíveis de serem acreditadas.
Em seguida, em meio a algumas apresentações, Célia Natalina declamou, maravilhosamente, dois belíssimos poemas, um deles era “Ouvir estrelas”, de Olavo Bilac. A emoção transbordava. Depois, foi a vez do cinema mostrar-se. Dois curta metragens foram apresentados, sendo um deles do Leandro Siena.
Chegou, então, a vez do Teatro dar a sua colaboração! Houve a apresentação dos dois grupos teatrais batataenses envolvidos com a associação. A performance do Grupo Teatral Plenitude, chamada Ponto de Partida, embasava-se na música “Trenzinho Caipira”, e trazia a representação de 8 artes (Pintura, Escultura, Fotografia, Dança, Música, Cinema, Patrimônio Cultural e Teatro), as quais, trabalhando juntas, ganhariam mais força. Como, realmente, tem de ser. Por fim, a música também apareceu pela estação, com a percussão feita pelos meninos da capoeira e o canto por duas excelentes cantoras batataenses.
Foi assim que se encerrou o Cine-Foto-Chá, com a esperança transbordando e o tal gostinho de quero-mais.


(Foto dos colaboradores da Associação Cultural de Batatais.)

23 de jul. de 2009

Romance

Oiê!
Estive meio ausente por esses dias não só devido à imensa quantidade de serviço que anda me ocupando, mas também à tentativa frustrada de mudar o domínio do nosso blog.

Eu havia achado um domínio que combinava mais com a nossa proposta: “arteblog”. Mas, infelizmente, apesar de todo o esforço dispensado por minha parte, eu e a tecnologia não somos muito chegadas.

Então, por fim, não consegui mexer na configuração do blogorama nem deixar o “teatroplenitude.arteblog” com a nossa carinha, por isso resolvi que ficaremos aqui, com o nosso bom, velho e fiel amigo blogspot por mais um tempo. O problema é que o espaço disponível aqui está ficando pequeno para tantas ideias borbulhantes que tomam conta de meus pensamentos... (Uhg!).

Enfim, galera, agora quero falar sobre um filme deslumbrante que assisti esta semana e que não sai da minha mente desde então: Romance.
Um filme de Guel Arraes, por Paula Lavigne, protagonizado pelos fantásticos Wagner Moura e Letícia Sabatella, e com um elenco divino, contando com, por exemplo, Andréa Beltrão, Marcos Nanini, Vladimir Brichta e José Wilker.

O filme vale a pena! Como diria um professor meu: "Se você não gostar, eu te devolvo o dinheiro da locação." (Mas, atenção plenitudianos: é mentira, não devolvo, não!).

Essa obra cinematográfica registrada em filme (Do que estávamos falando mesmo?) é magnífica!
O filme, basicamente, mostra a história do diretor e ator teatral Pedro e da atriz Ana que, durante a montagem de Tristão e Isolda, se apaixonam. É claro, no entanto, que o filme é muito (muito) mais do que isso que descrevi. Mas isso deixo que descubram sozinhos.

Agora, vamos ao que nos importa realmente. Sabem o que mais me chamou a atenção no filme? A expressão corporal dos atores, com um destaque grande (bem grande), para a da Letícia Sabatella.


[Início Momento confissões infames]
Sabe aquela coisa de ver no filme e tentar fazer igual em casa? ... Pois é.
[Fim Momento confissões infames]


Não sei se fiquei bitolada com esse negócio de ter consciência do próprio corpo, de cada movimentação e tal, mas o fato é que, agora, não dá mais para ver teatro, filme, novela, propaganda de tv ou me olhar no espelho e não reparar no corpo; não reparar na grande variedade de movimentos existentes, ou, simplesmente, nos (sempre) mesmos movimentos, mas feitos de maneiras diferentes, reparar em como eles acontecem, na intensidade e na velocidade de cada um, variando conforme a movimentação interna que me domina a cada dado momento.

Eis algo que tem me ajudado na (tão necessária) percepção corporal: a observação, primeiro, e, depois, a tentativa de reprodução, a qual vem sempre, irremediavelmente, acompanhada por novas descobertas.

Mesmo que eu não dê conta de reproduzir, gosto de ver, de observar. É necessário ter consciência do corpo para, então, saber como agir com o/cuidar não só do próprio corpo, mas também do corpo do outro, uma vez que é vital para nós, atores, saber quais são os nossos limites, quais são nossas emoções e como provocá-las.

Prestar a atenção máxima a cada detalhe mínimo.

Beijos!

10 de jul. de 2009

Pela falta de tempo que uma vez mais me consome e me toma o espaço para pensar, elaborar, cuidar de um post, apelarei para o trivial: citações feitas. Embora, há que se dizer, é este um "trivial" de grande importância para nós, atores.
Deixarei algumas citações esperando que elas se transformem em profundas reflexões.



"Estudei o homem, porque se assim não o fizesse, não conseguiria realizar nada em meu ofício." (Charles Chaplin)

"Temos a arte para que a verdade não nos destrua." (Nietzsche)

"O teatro é sempre mais desafiador. No palco, não há lugar para blefe. Cada dia é único e nem público nem espetáculo são os mesmos. Acho que tanto os atores quanto os espectadores possuem uma força qualquer que emana e, naquele instante da encenação, uma junta-se à outra e forma uma determinada energia dentro daquele espaço. E a cada noite a química é diferente, porque as pessoas na platéia são outras. É muito curioso" (Fernanda Montenegro)

"Eu digo a todas as pessoas que estão começando que devem lutar contra a falência educacional do país. É inadmissível atores que não leiam que não se expressem bem, que não saibam escrever. Os atores têm que se conscientizar de que a nossa profissão exige conhecimento, cultura, estudo e aprimoramento." (Miguel Falabella)

"Se somos feitos da matéria, da substância dos sonhos, pertencemos então, completamente, ao não estabelecido, a uma lógica especial, a uma realidade transfigurada, à fantasia, à liberdade." (Shakespeare, referindo-se aos atores)

"A caminhada dos atores ao longo dos séculos é subterrânea, nos perpetuamos por meio do nosso ofício: um ator que viu um ator, que trabalhou com outro, que foi discípulo de um terceiro repetindo o mesmo fenômeno em direção ao futuro. Sei que em mim estão entonações, gestual e sentimentos de muitos e muitos atores e atrizes que eu vi, populares ou clássicos, brasileiros ou estrangeiros, que por sua vez viram outros atores e atrizes de épocas anteriores, que por sua vez foram influenciados por colegas de outro século ou séculos. Assim como no ano 2083 alguma atriz estará revivendo algum pulsar meu ou de outra atriz contemporânea. É essa transferência que nos alimenta e dignifica. É uma espécie de genética teatral." (Fernanda Montenegro)

Agora falando particularmente, eis aí parte da minha razão de fazer teatro:
“Imitando com o corpo formas e sentimentos, os pequenos se divertem e desenvolvem suas capacidades de expressão. Os maiores, fazendo teatro em classe ou em grupos amadores, entram na pele dos personagens e delas saem compreendendo melhor a si e aos outros. Esse jogo com o imaginário ajuda a fazer amigos e a elaborar novas visões de mundo. De quebra, leva a aprender Português, Matemática, Artes...” (Mariana Borges)

Beijos, plenitudianos, que, inexplicavelmente, amo com "por quês" e "para quês" bem definidos.

3 de jul. de 2009

Ensina-me a viver



Aos atores, hoje, amanhã e domingo há uma chance incrível para vivenciar uma ótima experiência artística e, quiçá, conquistar maior respeito e amor ao teatro (como se fosse possível amá-lo e respeitá-lo mais do que já o fazem os plenitudianos). As atrizes Glória Menezes (metade dela parece-me teatro), Ilana Caplan e Fernanda Freitas e os atores Arlindo Lopes e Augusto Madeira apresentam a peça “Ensina-me a viver”, no Teatro Pedro II, em Ribeirão Preto.
Os ingressos na sexta-feira custarão R$ 60 (inteira) para plateia, frisas e balção nobre e R$ 30 (meia); para balção simples e galeria R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Já no sábado e domingo plateia, frisas e balcão nobre custarão R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), o balcão simples e galeria serão R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Vou postar aí embaixo um vídeo do Arlindo Lopes falando sobre a peça “Ensina-me a viver”, que fala por si e, por consequência, dispensa meus comentários.



Comentário frustrado: não posso acreditar que vou perder. Ah!
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